
20 de outubro de 2025
Fundep contribui com 8º Congresso do Confies
Gerentes e coordenadores de 11 áreas, além do Conselho Diretor, participaram de evento anual do Conselho Nacional das Fundações de Apoio com objetivo de troca de experiências e atualização
Como as Fundações de Apoio podem subsidiar a implementação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PIBIA) e Comunicação Institucional e Relacionamento com Stakeholders foram as mesas que tiveram participação de representantes da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) durante o 8º Congresso Nacional do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies).
Realizado em Brasília na última semana, com participação de cerca de 500 pessoas, o congresso anual buscou ser um espaço de troca de experiências e de aprendizados entre as fundações. A programação incluiu sete fóruns temáticos (Governança, Procuradores, Contadores, Compras, Tecnologia da Informação, Comunicadores, Gestão de Pessoas e Compliance) que discutiram os temas propostos e compartilharam possíveis soluções para os desafios enfrentados.
Reunindo presidentes, diretores e superintendentes das Fundações de Apoio, o Fórum de Governança discutiu os temas Programa Contrata + Brasil (MGI), descarbonização da ciência, tecnologia e inovação, atualização do Decreto 7423/2010 e o Programa Inova Talentos (CNI/IEL). Já os demais fóruns debateram temáticas específicas de suas áreas de atuação, como reforma tributária, auditoria interna, inteligência artificial, política de comunicação, gestão de pessoas e compliance trabalhista.
Inteligência artificial mobiliza as atenções no Confies
Além dos fóruns temáticos, o congresso teve momentos de plenária que promoveram discussões sobre aspectos que desafiam as fundações. Entre eles, o desenvolvimento e regulação do uso da inteligência artificial (IA).
Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Transformação Digital (Setad) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Hugo Valadares apresentou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), uma iniciativa com o objetivo de promover o desenvolvimento e uso da inteligência artificial de forma inclusiva, sustentável e soberana. O plano, com investimento de R$ 23 bilhões, abrange áreas como infraestrutura, formação de pessoas, serviços públicos, inovação empresarial e governança da IA. As prioridades incluem superar desafios sociais, aumentar o bem-estar, valorizar a diversidade e garantir a ética no uso da tecnologia.
Participante da mesa, o coordenador científico do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG) apontou para o que ele chamou de “paradoxo brasileiro”: o desenvolvimento de tecnologia em IA, no Brasil, está concentrado nas instituições públicas de ensino superior, “mas elas estão amarradas por um arcabouço legal que as torna muito lentas Em IA, que tem desenvolvimento exponencial, um atraso de meses pode significar perder a corrida da IA. Os entraves operacionais são críticos”, defendeu o pesquisador que defendeu que apenas as fundações podem lidar com o “labirinto das aquisições, pesadelo das documentações, inércia institucional”. Por isso, ele defendeu integrar as fundações à governança do ecossistema brasileira de IA.
Diretor da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), professor Walmir Caminhas apresentou como as fundações de apoio já estão, efetivamente, trabalhando na gestão de projetos de pesquisa que estão contribuindo para fazer avançar a inteligência artificial no Brasil, exemplificando com o apoio à Rede MCTI/Embrapii de Competência em IA (Inteligência Artificial), iniciativa do governo federal, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que tem como objetivo objetivo promover o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias de IA para aumentar a competitividade da indústria brasileira.
O diretor, entretanto, propôs inverter a pergunta: como a inteligência artificial pode apoiar o trabalho das fundações? Respondendo a essa pergunta, apresentou o esforço conjunto entre Fundep e a Fundação de Apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiotec) para o desenvolvimento de um novo programa de gestão de projetos que utiliza a inteligência artificial na automatização de algumas funções, reduzindo a carga de trabalho sobre os analistas de projetos. O projeto, ainda em fase de desenvolvimento, deve ser concluído até o próximo ano.
Mobilização de atores para fortalecimento das fundações de apoio
Outra contribuição da Fundep ao 8º Congresso do Confies foi na discussão sobre relacionamentos institucionais. Bruno Portella, coordenador de Prospecção e Oportunidades, mediou a mesa “Comunicação Institucional e Relacionamento com Stakeholders”, que teve apresentações das professoras Andrea Gozetto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Maíra Bittencourt, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese).
A mesa discutiu a importância de identificar e saber mobilizar diferentes atores para que as fundações possam ser fortalecidas. Como exemplo, a mesa identificou a recente aprovação da emenda nº 543 ao Projeto de Lei Complementar 108/2024, que garante às Fundações de Apoio o mesmo tratamento tributário dado às instituições públicas de ensino e pesquisa. Inicialmente, o texto representava uma ameaça às fundações de apoio ao prever a cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o que poderia retirar recursos da ciência, da tecnologia e da inovação.
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